quarta-feira, 24 de maio de 2017

Therion - Lemuria e Serius B

O que faria uma banda como o Therion lançar dois cd’s simultaneamente, com 21 músicas, praticamente um show completo, sabendo que a banda poderia muito bem lançar um cd simples obtendo o mesmo impacto? A resposta é: muito material... e material diversificado o suficiente para ser colocado em dois cd’s? Seria mais uma extravagância de Christopher Johnsson e seus asseclas? Ou de fato a banda entrou numa onda criativa tão forte que não havia como evitar o duplo lançamento?
Há 13 anos o Therion lançaria dois grandes clássicos de sua carreira, os excelentes Lemuria e Serius B.



Ouvindo “Lemuria” podemos concluir que o Therion em parte teve uma crise de saudosismo e voltou em parte ao seu passado death, antes de lançar o aclamado “Theli”. “Typhon” é pura porradaria, com os elementos clássicos de sempre, mas com as guitarras em evidência total. Os vocais guturais se misturam perfeitamente ao lírico. O mesmo acontece em “Uthark Runa” (com sua levada super cadenciada) e na fantástica “Three Ships of Berik” (dividida em 2 partes: uma mais épica e outra mais agressiva, como se fosse uma batalha medieval... coisa que Joey De Mayo gostaria de ter composto). Há espaço para belas baladas (aonde os vocais líricos dão show) como “Lemuria” e “Feuer Overt re” e músicas mais agressivas como “Abraxas” (quase um heavy oitentista), além da primorosa “The Dreams of Swedenborg”, que com sua levada complexa, se torna a melhor do cd. Ainda é o Therion de sempre, mas esse peso adicional com certeza surpreendeu.


Já “Sirius B” é o Therion indo cada vez mais fundo na proposta inicial de retorno as origens, só que com maior e mais constante presença das orquestrações, mas mesmo assim ainda soando extremamente brutal. “Blood of Kings” e “Son of the Sun” (com uma pegada gótica) abrem o cd com peso e agressividade, com vocais rasgados e potentes alternados a vozes femininas suaves e tocantes. “The Khlysti Evangelist” mantém o nível, seguida pela melhor dos dois cd’s, “Dark Venus Persephone”, aonde o Therion death e o Therion orquestrado se fundem num só na perfeição total. Outros grandes momentos podem ser encontrados nas duas partes da suíte “Koli Yuga” (peso e orquestração na medida certa”) e na quase hard “Melek Taus”, além das suaves “Call of Dugon” e “Sirius B” (aonde as orquestrações se sobressaem). Nitidamente um grande cd, trazendo o Therion de sempre, só que mais pesado. Falar que a banda é competente chega a ser redundante diante do que ouvimos nos dois cd’s.


De fato os dois cd’s possuem esta característica em comum: são extremamente pesados, porém “Lemuria” deixa esse peso se sobressair, enquanto que “Sirius B” é mais ligado ao estilo tradicional do Therion. Dois grandes lançamentos, que não competem entre si e se completam de forma excepcional.

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