Capitúlo VI - Súplica
BREAKING UP, AGAIN
Finalmente o EMOCIONAL admite-se inepto em lidar com os
problemas sozinho. Ele altera o discurso de auto depreciação pela
super valorização da sua importância na existência do EU. Com um
“choque de realidade” em um discurso contundente, o RACIONAL
exige que este abandone a visão egoísta e não colaborativa, em
prol do fim do ciclo vicioso de insatisfação e sofrimento. O
inesperado então acontece: o EMOCIONAL suplica que o
RACIONAL resolva os problemas sozinho.
EMOCIONAL: Eu sou um verdadeiro herói por sobreviver às
intempéries da vida sozinho. Eu sou um herói, e
tenho sentimentos. A minha vida só interessa a
mim e não preciso dos teus sermões.
RACIONAL: Tu não és nenhum herói. Está longe de ser um. Tu
és apenas uma mentira com alma, carne e osso.
Tu não és herói coisa nenhuma. És apenas um
fantasma nessa tragédia. Tu serves apenas para
errar e rastejar, rastejar como um verme.
EMOCIONAL: Dê-me teu amor infinito, mantenha-me longe do
perigo, salvo e protegido. Eu nunca pedi pra estar
aqui... nem sei porque estou aqui. Então é teu dever
me proteger até o fim dos tempos.
RACIONAL: Tu finges que somente outras pessoas tem
obrigações... e que tu nunca terás
EMOCIONAL: Veja bem... dê-me alimentos e cuide de mim...
RACIONAL: É tudo que sabes dizer?
EMOCIONAL: Dê-me teu amor incondicional. Essas mãos que
imploram tu não podes ignorar. Eu nunca pedi pra
estar aqui... nem sei porque estou aqui. Então é teu
dever me proteger até o fim dos tempos.
RACIONAL: Tu finges que somente outras pessoas tem
obrigações... e que tu nunca terás
EMOCIONAL: Veja bem... dê-me alimentos e cuide de mim...
RACIONAL: É tudo que consegues...?
EMOCIONAL: Eu sou um herói!
RACIONAL: Não, não é mesmo! És apenas um fantasma nessa
tragédia! Mentiroso, mentiroso!
EMOCIONAL: Eu sou um herói!
RACIONAL: Não, não passas de uma sombra. Isso é tudo que
podes dizer?