Dentro do metal, temos os subgêneros, e dentro desses subgêneros encontramos uma abarrotada gama de bandas competentes porém desconhecidas. E quando falamos de Power Metal, principalmente europeu, dois países nos vem a mente, Alemanha e Itália. Por hoje, esqueçamos um pouco a Alemanha e seu Power Metal rápido e visceral, e vamos nos atentar na Itália, com seu Power Metal mais melódico e cheio de teclados.
É fato que todo país tem seus medalhões, na Itália, temos Derdian, Drakkar, o clássico White Skull, e o gigante Rhapsody of Fire (e as suas vertentes criadas por Luca Turilli). Lá também temos bandas menores, mas tão boas quanto uma dessas bandas maiores, como Fogalord, Ancestral, e claro Stamina. E justamente ouvindo o disco "System of Power" de 2017 do Stamina eu me dei conta (novamente) de o quanto o Power Metal é um gênero gostoso de se ouvir.
O Stamina é uma velha conhecida dos fãs do estilo, a banda já possui 16 anos de estrada e coleciona ao todo 4 álbuns de estúdio. E como de costume, cada disco possui uma evolução imensa, o que nos prende mais ainda as músicas apresentadas pela banda. O disco é composto por 8 músicas bem produzidas e muito bem criadas. Como o caso da música de abertura do disco, "Holding On", que com um dueto simples e bem sincronizado entre teclados e guitarra impressiona o ouvinte, o peso das cordas do quarteto é de se impressionar. Os vocais do jovem Alessandro Granato são de impressionar, uma voz suave porém marcante, agregam valor a obra apresentada. Como todo clássico Italiano, o solo se trata de uma mini batalha entre a guitarra de Lucas Sellito e os teclados de Andrea Barone.
Logo em sequência temos a otima faixa "Must Be Blind" que, repetindo a boa formula da música anterior, soa suavemente em nossos ouvidos, mesmo tendo um solo tão virtuoso e bem realizado. Seguindo o play, temos a mais agitada "One In A Million", que é introduzida por toques de teclado que te levam para outra realidade. As bases clássicas e rítmicas dão uma ótima atmosfera para a faixa, e combinam tão bem com os vocais de Alessandro. Prosseguindo a audição, temos a música mais suave do disco, a linda "Undergo (Black Moon Pt. 2)". São 7 minutos de puro sentimento e calmaria, em uma faixa que facilmente agrada aos ouvidos mais seletivos. Não há como dar detalhes dessa música, apenas ouvindo para saber.
Ouvindo esse disco, eu cheguei nessa parte e pensei, "onde estão os clichês do Power Metal? Aqueles tecladinhos alegres, aqueles refrões com coros, e aquelas bases mais riffadas?". Bem, a faixa "Love Was Never Meant To Be" respondeu todas as minhas perguntas. Se você acha que clichês estragam uma música, está enganado! Quando dosados da forma certa eles enriquecem uma criação muito bem. Ouçam essa faixa e me dêem suas opiniões. "System of Power" é uma música bem clássica do estilo, e bem executada também, porém sem muitos pontos altos em seu decorrer. Novamente os clichês vem dar as caras, dessa vez em "Why", a bateria mais ritmica de Andrea Stipe (único que não é mesmo oficial da banda), em conjunto a um baixo que visa o suporte de som, contribui para a suavidade da música. Uma bela faixa. Para fechar o disco, a banda voltou aos moldes das duas primeiras faixas em "Portrait Of Beauty", conseguindo, assim, finalizar o disco em grande estilo.
O disco já é uma grande pérola do Power Metal italiano, e a banda já é um grande representante de seu país dentro do Metal. Se você gosta ou não de Power Metal, recomendo que ouça esse disco, pois ele irá sanar todos os seus preconceitos sobre um estilo tão bom quanto esse.
Formação:
Mario Urciouli - Baixo
Lucas Sellito - Guitarra
Andrea Barone - Teclado
Alessandro Granato - Vocal
Andrea Stipe - Bateria
Tracklist:
01 - Holding On
02 - Must Be Blind
03 - One In A Million
04 - Undergo (Black Moon Pt. 2)
05 - Love Was Never Meant To Né
06 - System of Power
07 - Why?
08 - Portrait of Beauty
Redigido por Yurian Paiva