As expectativas para o novo álbum do Travelin Jack eram altas. Visto que a banda iniciou sua carreira com o excelente New World (2015). A banda passou 2 anos inteiros sem lançar material inédito. Apenas fazendo shows aqui e acolá. No entanto, no início deste ano deu-se a notícia que a banda estava em estúdio gravando seu segundo álbum. O resultado foi um disco com uma produção mais refinada, um som mais maduro e consistente além de uma incrível performance em conjunto da banda que ao que tudo indica, terão uma carreira promissora daqui para frente.
Um pouco mais de 1 mês antes do lançamento do disco. A banda divulgava o pegajoso single "Keep On Running", terceira faixa do álbum. A faixa apresenta um som motivacional e até mesmo festivo, lembrando bastante algo que o Kiss poderia ter feito no seu auge nos anos 70 (isso em questão de qualidade e não apenas de som). Os vocais de Spaceface soam mais potentes do que nunca. E há também uma linha de baixo excepcional que faria com que Gene Simmons fosse ter inveja. Além de riffs bem divertidos, descontraídos e inspirados. É uma música perfeita para se ouvir num Pub com os amigos.
Poucas semanas depois a banda lançava seu segundo single "Cold Blood", música que sucede "Keep On..". Esta já tem a pegada tradicional da banda. Um Hard Rock cheio de Groove, seu refrão é curto porém muito marcante, além de ter um baixo muito presente. Após os solos de guitarra a atmosfera de Cold Blood muda e cai num riff pessimista que possui um quê da faixa Black Sabbath do Black Sabbath.
Dia 8 de Setembro chega e finalmente é hora de conferir "Commecing Cowntdown" por inteiro. O registro abre com a fodida "Land of The River" que apresenta a frontman do grupo liderando a faixa com sua voz persuasiva, te fazendo se entregar ao seu rock n roll. Seguimos com "Metropolis", nome que diz bastante sobre a faixa que soa perigosa e arrebatadora, as guitarras fazem o papel principal aqui, com acordes bem simples, porém cativantes, há também um solo de guitarra indispensável.
Após os dois singles já comentados, chega a vez da quinta faixa "Galactic Blue". Com uma cozinha rica, a faixa também possui versos ríspidos e com Montgomery Shell tocando os pratos de sua bateria de forma muito bem encaixada no refrão, próximo do fim há um trecho que soa um tanto quanto "espacial" que faz alusão as letras da música.
Embora os primeiros segundos de "In Time", faixa que soa 100% Led Zeppelin, te dê a impressão de balada, ela te surpreende com acordes de guitarra excepcionais. É categoricamente a melhor música do disco. Cada nota soa incrível e o conjunto delas então, nem se fala. Os efeitos usados aqui são tão cativantes que remete a clássica "Achilles Stand" do álbum Presence (1976) do já citado Zeppelin. Toda a banda atua em perfeita harmonia enquanto um solo arrepiante de guitarra dê fim a canção.
De forma otimista, a banda segue com "Miracles", faixa bastante grudenta que 'remete aos dinossauros que caminhavam sobre a terra', como diria Mick Wall. Tenho certeza que se Jimmy Page ouvisse isto, ele ficaria orgulhoso do guitarrista Flo the Fly. (A linha de baixo aqui é um dos grandes destaques também!). A balada "What Have I Done" possui uma introdução melancólica e uma interpretação bem soturna de Spaceface que argumenta durante os versos da faixa. Seu refrão tem a presença de um teclado que acrescenta muito a canção.
"Fire" possui um Groove que lembra bastante ao primeiro disco do Iron Maiden. Se é isto que a banda quis, eles conseguiram.
Após tantas músicas sensacionais, é uma das minhas favoritas que fecha o disco. "Journey in The Moon" é um título que combina com a cara da banda. Ela inclusive possui a essência do grupo alemão que é um Hard Rock cru com refrões tão divertidos e pegajosos quanto as músicas do já mencionado Kiss. Não há muito o que dizer sobre a faixa. É o Travelin Jack fazendo o seu som cru, ríspido e divertido pra quem ama o que há de mais honesto no rock n' roll: diversão.
Não só minhas expectativas foram superadas sobre esse disco, mas as de todos os meus amigos fãs da banda também. Muitos deles não sabem se preferem o primeiro ou o segundo. É como escolher entre o disco de estréia do Led Zeppelin e o Led Zeppelin II. Você simplesmente deixa as comparações de lado enquanto ama os dois discos.
E para converter vocês, deixo aqui uma frase bem cômica que fez parte da promoção deste disco:
Glitter Is Bigger Than Satan! (Glitter É Maior Que Satã!). |
Spaceface: Vocal/Guitarra
Flo the Fly: Guitarra Solo
Steve Burner: Baixo
Montgomery Shell: Bateria
Redigido por Elkiaer Ribeiro.