O grupo holandês é sem dúvida um dos maiores atos de metal teatral da atualidade, juntando estrategicamente a beleza ao horror, a sinfonia ao peso, o Carach Angren constrói uma forte personalidade em meio ao cenário musical.
A banda estreia com o álbum “Lammendam”; pesado, sombrio e sinfônico do começo ao fim. Com a grande variedade de elementos musicais, o Carach Angren se distingue dos demais dentro Black Metal pelo uso de teclados, orquestras sintetizadas, riffs melódicos e trabalhados e até mesmo pela lírica.
As letras do álbum abordam a história da macabra “Madame Blanche”, como era chamada a aparição de uma linda jovem que foi morta no dia do seu casamento por um de seus amantes enciumados no castelo de “Lammendam”, e que, após a morte, os assombrava e, posteriormente, os assassinava durante a noite. Tendo essa lenda como o tema principal, o álbum é considerado conceitual, onde cada faixa é um progresso da mesma jornada.
Musicalmente, cada integrante deixa sua identidade bem explícita. Tratando-se de vocais, Seregor mostra sua impecável capacidade de dar vida a música. De guturais extremos a sussurros torturantes e um toque de escárnio, o vocalista interpreta as canções como se fosse uma espécie de “contador de histórias”, dando uma ambiência particular para cada capítulo do álbum.
Como guitarrista, Seregor faz não só o uso da tradicional palhetada alternada como também são perceptíveis harmonizações e até mesmo melodias, o que pode ser considerado incomum dentro de seu gênero principal, sendo mais um fator para distinguir seu som dos demais.
Fazendo par com a interpretação vívida na voz, a experiência também conta com arranjos assombrosos regidos por Ardek. Repleta de ondas espectrais, o tecladista cria sinfonias que te dão a sensação única de estar fazendo parte da história, onde o suspense, a angústia, e o medo são transcritas em orientações leves de piano a orquestras inquietantes.
Peso, agressão e velocidade são os ingredientes principais usados por Namtar. Líder em percussões estonteantes, o baterista executa variadas técnicas além do tradicional blast beat contínuo de tradição, pois é visível bastante influência em Death Metal, como viradas frequentes e bumbos duplos precisamente velozes, além da crueza sonora do seu equipamento que contribui ainda mais para a sua assinatura.
O álbum também conta com alguns músicos de sessão; em destaque o baixista e guitarrista adicional Patrick Damiani, que também atua como produtor de longa data da banda e Nikos Mavridis, que se responsabiliza pelas passagens de violino em meio às sinfonias sombrias, adicionando toques insubstituíveis na atmosfera da música.
A mescla de cada identidade, da emoção envolvida e o esforço de cada membro participante é o que torna esse álbum de estréia único e memorável para todo ouvinte de mente aberta, pois a variedade musical e o conceito presente provam, com certeza, que é uma experiência para apenas aqueles que apreciam a música como arte, vinda de grandes artistas.
Formação:
Seregor - Guitarra e vocal
Ardek - Teclados e orquestrações
Namtar - Bateria
Faixas:
01. Het Spook Van De Leiffartshof
02. A Strange Presence Near The Woods
03. Haunting Echoes From The Seventeenth Century
04. Phobic Shadows And Moonlit Meadows
05. Hexed Melting Flesh
06. The Carriage Wheel Murder
07. Corpse In A Nebulous Creek
08. Invisible Physic Entity
09. Heretic Poltergeist Phenomena
10. La Malédiction De La Dame Blanche
Ae meu consagrado, você escreve bem, gostei, vou procurar esse álbum hj mesmo para apreciar.
ResponderExcluirOpa minha chegada, faça isso, não vai se arrepender
ExcluirTextão mesmo, parabéns!!! :D
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