quarta-feira, 18 de abril de 2018

Carach Angren - Lammendam (2008)

O grupo holandês é sem dúvida um dos maiores atos de metal teatral da atualidade, juntando estrategicamente a beleza ao horror, a sinfonia ao peso, o Carach Angren constrói uma forte personalidade em meio ao cenário musical.
A banda estreia com o álbum “Lammendam”; pesado, sombrio e sinfônico do começo ao fim. Com a grande variedade de elementos musicais, o Carach Angren se distingue dos demais dentro Black Metal pelo uso de teclados, orquestras sintetizadas, riffs melódicos e trabalhados e até mesmo pela lírica.

As letras do álbum abordam a história da macabra “Madame Blanche”, como era chamada a aparição de uma linda jovem que foi morta no dia do seu casamento por um de seus amantes enciumados no castelo de “Lammendam”, e que, após a morte, os assombrava e, posteriormente, os assassinava durante a noite. Tendo essa lenda como o tema principal, o álbum é considerado conceitual, onde cada faixa é um progresso da mesma jornada.
Musicalmente, cada integrante deixa sua identidade bem explícita. Tratando-se de vocais, Seregor mostra sua impecável capacidade de dar vida a música. De guturais extremos a sussurros torturantes e um toque de escárnio, o vocalista interpreta as canções como se fosse uma espécie de “contador de histórias”, dando uma ambiência particular para cada capítulo do álbum.

Como guitarrista, Seregor faz não só o uso da tradicional palhetada alternada como também são perceptíveis harmonizações e até mesmo melodias, o que pode ser considerado incomum dentro de seu gênero principal, sendo mais um fator para distinguir seu som dos demais.

Fazendo par com a interpretação vívida na voz, a experiência também conta com arranjos assombrosos regidos por Ardek. Repleta de ondas espectrais, o tecladista cria sinfonias que te dão a sensação única de estar fazendo parte da história, onde o suspense, a angústia, e o medo são transcritas em orientações leves de piano a orquestras inquietantes.
Peso, agressão e velocidade são os ingredientes principais usados por Namtar. Líder em percussões estonteantes, o baterista executa variadas técnicas além do tradicional blast beat contínuo de tradição, pois é visível bastante influência em Death Metal, como viradas frequentes e bumbos duplos precisamente velozes, além da crueza sonora do seu equipamento que contribui ainda mais para a sua assinatura.

O álbum também conta com alguns músicos de sessão; em destaque o baixista e guitarrista adicional Patrick Damiani, que também atua como produtor de longa data da banda e Nikos Mavridis, que se responsabiliza pelas passagens de violino em meio às sinfonias sombrias, adicionando toques insubstituíveis na atmosfera da música.
A mescla de cada identidade, da emoção envolvida e o esforço de cada membro participante é o que torna esse álbum de estréia único e memorável para todo ouvinte de mente aberta, pois a variedade musical e o conceito presente provam, com certeza, que é uma experiência para apenas aqueles que apreciam a música como arte, vinda de grandes artistas.


Formação:
Seregor - Guitarra e vocal
Ardek -  Teclados e orquestrações
Namtar - Bateria

Faixas:
01. Het Spook Van De Leiffartshof
02. A Strange Presence Near The Woods
03. Haunting Echoes From The Seventeenth Century
04. Phobic Shadows And Moonlit Meadows
05. Hexed Melting Flesh
06. The Carriage Wheel Murder
07. Corpse In A Nebulous Creek
08. Invisible Physic Entity
09. Heretic Poltergeist Phenomena
10. La Malédiction De La Dame Blanche


3 comentários :

  1. Ae meu consagrado, você escreve bem, gostei, vou procurar esse álbum hj mesmo para apreciar.

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    1. Opa minha chegada, faça isso, não vai se arrepender

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