segunda-feira, 9 de julho de 2018

Marduk - Viktoria (2018)

Após consolidada com a formação Morgan, Devo, Mortuus e Fredrik Widigns , o grande nome sueco do Black Metal, o Marduk, adentra o segundo semestre  de 2018 com “Viktoria”, certamente o disco mais audacioso da carreira da banda.
Liricamente focado em guerras e assuntos bélicos, tema mais do que recorrente na história da banda, "Viktoria" abre com destruidora “Werwolf”. Alternando entre momentos mais melódicos e de extrema violência, essa faixa serve bem pra destacar como o vocalista Mortuus evoluiu ao lado da banda, tamanha a versatilidade que demonstra ao longo do disco. Em “June 44”,  música que fala sobre o "Dia D", data que os 'Aliados' desembarcaram nas praias da Normandia para a grande ofensiva contra as tropas nazistas, o clima de violência chega com força em uma faixa simples, direto e muito veloz . Morgan toca de forma ríspida mas sem perder o felling e comprova mais uma vez porque merece estar no hall dos grandes músicos de Black Metal. Mortuus é mais uma vez impecável e o baterista Fredrik Widigns de igual qualidade, mostrando uma vitalidade e controle absurdo de seu kit. O baixo é discreto mas não deixa espaços e passa como um verdadeiro panzer! O refrão da música é de fácil assimilação e muito simples, certamente será cantada como um verdadeiro hino de guerra merece!

A pancadaria segue sem a menor piedade com a descomunal “Equestrian Bloodlust”. Extremamente agressiva e veloz, seu ritmo só é que quebrado por “paradinhas” (tipo aquelas que tem no Thrash Metal?!) que com certeza quebrarão o pescoço do ouvinte! Essa é uma das faixas que com certeza merece ser apresentada nos shows. Mortuus mais uma vez é violentamente primoroso e hoje em dia sabe como poucos usar toda a extensão e possibilidades da sua voz. Após a saída do vocalista anterior, me considerei meio órfão e agora posso finalmente afirmar que esse sentimento passou, é o melhor trabalho de Mortuus como vocalista da Marduk. A cozinha Devo/Fredrik mais uma vez mostra muito entrosamento e da todo o suporte necessário para a guitarra de Morgan soar como deve ser.


“Tiger I” da um quebra no ritmo do disco com sua pegada Sabbathica e puxada para o Doom Metal. Vocais arrastadas e um baixo mais presente conduzem o clima fúnebre da música que vai crescendo até descambar pra pancadaria plena! Que faixa! Em “Narva”, mais uma vez a banda faz um misto bem legal de velocidade e cadência. Dessa vez o baixo é ouvido e serve pra anunciar o clima de devastação pós-guerra que está por vir. Uma coisa que não pode ser esquecida de ser citada é a produção soberba de “Viktoria”. Todos os instrumentos soam cristalinos, ‘ouviveis’ (kkkkkk) e ainda sim descomunalmente pesados.
“The Last Fallen” atingirá o ouvinte com riffs cortantes, vocais gritados muito bem gravados e uma bateria extremamente agressiva, tanto nas partes mais arrastadas quanto nos blast Beats impressionantes de Fredrik. Uma das melhores faixa do disco!
A faixa título “Viktoria” é mais uma faixa que certamente pode pegar o ouvinte desavisado. Após um início violento e devastador como a explosão de uma granada a música é quebrada por uma passagem trabalhadíssima (até Progressiva) com uma passagem de baixo simplesmente hipnotizadora por parte de Devo, um dos membros mais antigos do Marduk, perdendo em permanência apenas para o seu próprio líder Morgan! Após esse momento de calmaria, tudo descamba novamente pra agressividade e a velocidade arrasadora que só um ataque aéreo em área de guerra é capaz de causar!

“The Devil's Song” começa com passadas de uma infantaria num campo de guerra, da até pra imaginar os corpos no chão e a destruição. Todo esse cenário mórbido só é confirmado por uma faixa veloz e brutal aonde as guitarra de Morgan da um show a parte alternando palhetadas cadenciadas e pesadas com passagens extremamente velozes e melódicas. Meu guitarrista preferido de Black Metal.
O disco chega ao fim com a diferentona “Silent Night”! Calcada totalmente no Doom Metal, ela é uma faixa que carrega uma densidade ímpar na carreira da banda e caiu como uma luva pra encerrar essa obra que traz um Marduk violento como de costume, mas sem medo de ousar. Certamente, este é o melhor disco da "era Mortuus" a frente da banda e tem tudo pra figurar nas famosas listas de melhores do ano.


Morgan Håkansson - Guitarra
M. "Devo" Andersson - Baixo
D. "Mortuus" Rostén - Vocal
Fredrik Widigns - Bateria

01. Werwolf
02. June 44
03. Equestrian Bloodlust
04. Tiger I
05. Narva
06. The Last Fallen
07. Viktoria
08. The Devil's Song
09. Silent Night

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