segunda-feira, 25 de junho de 2018

Rhapsody Of Fire - Legendary Years (2017)

No ano passado, a banda de metal sinfônico Rhapsody of Fire lançou um álbum de releituras denominado "Legendary Years", no qual é a primeira produção sem o "frontman" Fabio Lione que atualmente é vocalista do Angra. Para quem não tá atualizado no "mercado do metal", a banda passou por um processo atípico de "fragmentação" consensual.

A banda que originalmente se chamava Rhapsody, passou a se chamar Rhapsody of Fire em 2006 por questões de naming rights, nesta época estava com a sua formação de "ouro", com Fabio Lione nos vocais, Luca Turilli e Dominique Lerquin nas guitarras, Patrice Guers no baixo, Alex Holzwarth nas baquetas e Alex Staropolli nos teclados. Em 2011, em um comunicado conjunto decidiu-se que haveria uma separação, Luca Turilli, com Patrice e Dominique criaram uma nova banda a Luca Turilli´s Rhapsody e Lione, Alex e Staropolli permaneceram na Rhapsody of Fire. Após a separação, a banda lançou dois álbuns de inéditas, e em 2016, Lione e Holzwarth saem da banda e ficando apenas Staropolli dessa formação bem sucedida e para confundir a cabeça de todos nós, todos os integrantes dessa época (exceto Staropolli) realizaram duas turnês de despedida, tocando os grandes clássicos da banda.

Como disse, "Legendary Years" é uma releitura de algumas das principais canções dos cinco primeiros álbuns da banda, ou seja, a banda entrou em estúdio e regravou tudo com a formação atual. O que podemos perceber logo de cara é o nível de produção, que está muito melhor, mais refinado, com as partes "orquestradas" melhoradas, nota-se principalmente essa melhoria nas regravações das faixas mais antigas. O curioso é que os solos do Staropolli não foram muito alterados, são bem semelhantes às versões originais.
Quanto a seleção das faixas, percebe-se que houve uma variação de estilos com faixas mais agressivas como "When Demons Awake" até as baladinhas como "Legendary Tales", uma boa forma de mostrar o "modus operandi" desse novo Rhapsody of Fire. Mas senti falta de alguns clássicos da banda como "Power of Dragonflame" e "Wisdom of the Kings", mas isso não quer dizer que não temos outras marcas registradas da banda como "Rain of Thousand Flames", "Emerald Sword" e "Dawn of Victory".


Em relação às cordas, destaco a fidelidade de Roby di Michelle em relação ao que era executado por Luca Turilli. A diferença maior é na produção, onde as guitarras são um pouco mais densas, dando um peso que muitas pessoas que torciam o nariz para a banda sentiam falta. O mesmo peso foi acrescentado ao baixo, que deixa a sonoridade mais "cheia". A bateria de Manu Loter também tem uma melhoria na produção comparando com a original, mais "trigada", com bastante destaque nos pedais duplos, dando mais "punch" principalmente em musicas mais rápidas como "Knightrider of Doom", "Holy Thnderforce", mas o maior destaque da percussão é visível na faixa derradeira do álbum "Rain of Thousand Flames". As linhas vocais estão muito bem executadas, a escolha de Giacomo Voli foi adequada, cumpre com a alta complexicidade de assumir o posto de Lione, entretanto o mais legal é que Giacomo não tenta imitar Lione, impõe a sua identidade nas músicas dando uma pegada mais "agressiva", com vocais mais rasgados, diferente do estilo mais erudito de seu antecessor.
O único ponto que poderia dizer que poderia ser melhorado, seria a interpretação nas músicas mais lentas, mas talvez seria renunciar a identidade própria nas linhas para fazer algo mais particular do Lione, porém tem algumas faixas que a versão atual me agradaram como "Dargor, Shadowlord of the Black Mountains" e "When Demons Awake" que é uma das músicas mais desafiadoras. 

"Legendary Years" é um excelente cartão de visitas de uma banda que valoriza muito o seu passado, mas que precisa se reinventar, seguir adiante, mostrar que pode ser referência mesmo sem aquela formação dos anos dourados. Obviamente, os próximos trabalhos serão determinantes, mas eu enxergo esse trabalho como uma forma de demonstrar para os fãs que coisas boas podem sair com esse pessoal. Aguardemos as cenas dos próximos capítulos dessa história que tem mais de duas décadas.



Giacomo Voli - Vocal
Alex Staropoli - Teclado
Robyy de Micheli - Guitarra
Alessandro Sala - Bass
Manu Lotter - Bateria



01. Dawn Of Victory
02. Knightrider Of Doom
03. Flames Of Revenge
04. Beyond The Gates Of Infinity
05. Land Of Immortals
06. Emerald Sword
07. Legendary Tales
08. Dargor, Shadowlord Of The Black Mountain
09. When Demons Awake
10. Wings Of Destiny
11. Riding The Winds Of Eternity
12. The Dark Tower Of Abyss
13. Holy Thunderforce
14. Rain Of A Thousand Flames


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